Grupo Escoteiro Guarapiranga

“Aquilo que eu não percebo não existe”  George Berkeley Perceber é um verbo transitivo direto, ou seja, necessita de um objeto direto ou indireto para complementar seu sentido. Sua etimologia vem do Latim PERCIPERE, de PER, “de todo, completamente”, mais CAPERE, “pegar, agarrar”. Entre seus significados há dois que quero destacar: compreender ou notar através dos sentidos e entender ou depreender o significado de algo através da inteligência. Para perceber algo é necessário que exploremos os sentidos e utilizemos a inteligência, sem os quais nossa percepção de realidade pode ficar significativamente distorcida, com isso passamos a ter uma ideia de realidade que não está em consonância com fatos. É dentro dessa campo de ideias que, não raras vezes, surge a opinião, que é uma avaliação subjetiva de algo, nem sempre um fato. Temos muitas opiniões sobre quase tudo, em sua grande maioria distante dos fatos. Ao não utilizarmos os sentidos e a inteligência, lembrando que não utilizar não ...

Talvez, se pudéssemos ler o que a Promessa Escoteira resume...  Prometo, perante as pessoas que em mim confiam, que não terei uma vida medíocre, fazendo sempre o meu melhor com as condições que tenho.  Prometo que minhas relações serão pautadas por uma vivência de amor, solidariedade e respeito em consonância com a vontade do criador.  Terei uma experiência social e comunitária de paz e harmonia, tolerante com as diferenças, quaisquer que sejam, vivenciando o exercício da cidadania e contribuindo para construção de uma sociedade mais justa e igualitária.  Por fim, prometo que a medida para avaliar minhas ações será a Lei Escoteira. Texto: Escotista Fábio Alves Meirelles - Fundador e atual Diretor Presidente do Grupo Escoteiro Guarapiranga; Escotista no Ramo Sênior; participante do Movimento Escoteiro desde 1984; Bacharel em Direito; Especialista no Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente, ECA e Direitos da Criança e do Adolescente; Palestrante; Ge...

  "E nsinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção." Paulo Freire Alguém me perguntou: "Por que você gasta dinheiro e tempo para que seus filhos estejam nos escoteiros, façam atividades e participem de acampamentos?" Minha resposta foi: Bem, eu tenho uma confissão para fazer. Eu não pago, eu dou do meu tempo, para que os meus filhos usem um uniforme e participem de acampamentos.  Sabe para que estou investindo? Para que os meus filhos aprendam a ser disciplinados. Para que os meus filhos aprendam a cuidar do próprio corpo e mente. Para que apreciem e valorizem a natureza. Para que meus filhos aprendam a trabalhar com os outros e sejam bons companheiros de equipe. Para que desenvolvam a criatividade. Para que meus filhos aprendam a lidar com a decepção quando não obtiverem o que esperavam, e descubram que a chave é trabalhar mais duro para conquistar. Para que aprendam a alcançar os seus objetivos. P...

  Carta aberta aos que já foram julgados por erros passados.  Para aqueles que já foram rotulados mas que, em algum momento, já rotularam.  Destinado a todos vocês, que ousaram conhecer a pessoa que estava por trás de tantos rótulos. Segundo o site Wikipédia, rótulos são toda e qualquer informação referente a um produto. Entretanto, o que torna os rótulos interessantes, é que eles deixaram de ser usados apenas para produtos, ou seja, atualmente estamos constantemente rotulando as pessoas, muitas vezes sem perceber que talvez aqueles rótulos, não definem a pessoa. É possível observar situações como essas no movimento escoteiro. Quantas vezes um jovem rotulou outro jovem como um corredor ruim, pelos simples fato do jovem ser gordinho? Ou quantas vezes as meninas foram deixadas de lado, em algum momento por serem consideradas sexo frágil? Sendo que, em determinadas ocasiões as patrulhas compostas apenas por meninas, se saem melhor do que as mistas ou apenas as masculinas....

“Eu sempre quis ser herói. Então decidi salvar uma vida diferente a cada dia. Hoje eu escolhi salvar a minha.”  (Arquitetando Poesias) Olá, meu caro leitor.  Meu nome é Maria Flor e sou vítima da violência contra a mulher. Talvez, você esteja se perguntando o que aconteceu, então deixe-me te contar   minha história. Eu sempre fui uma mulher que gostava da minha liberdade, não me apaixonava fácil e gostava de curtir minhas noites em bares e baladas, mas em uma dessas festas eu acabei conhecendo o João, meu atual marido e o meu agressor. De início ele sempre se mostrou um cara romântico e extremamente educado. Era atencioso, me respeitava e sabia me ouvir, porém conforme os meses iam passando, eu sentia como se ele estivesse se transformando. Sempre que íamos sair, eu vestia calças e vestidos longos. Não usava blusas curtas ou shorts, porque ele me dizia que era vulgar ou que eu ficava mais bonita com roupas longas. Comecei a sair apenas com ele, mal via meus amigo...

“Meu erro não me define” Geralmente ouço essa expressão na perspectiva de segunda pessoa: “olha você errou mas não fica assim”. Nesse olhar quem erra é o outro, cabe a mim ofertar consolo no sentido de minimizar o erro e ajudar na superação. Nem sempre há essa compreensão, na maioria dos casos, seu erro te faz enquanto pessoa. Nas redes sociais, substituímos o “bloquear” pelo “cancelar”. Se alguém de suas relações faz alguma coisa que você não gosta: Cancela. Somos o exemplo da ética, moral e da conduta irrepreensível, prontos para laçar o veredicto e, nesse caso, cancelar a outra pessoa. Basta uma fala, uma conduta, um equívoco para que a sentença seja proferida e sem qualquer chance de defesa, sem escuta, quase sempre sobra o cale-se. Continuamos na perspectiva de atirar as pedras, esquecendo que na mesma medida que medirmos, seremos medidos. E quando sou eu? Quando o erro foi por mim cometido. O que posso esperar dos que me conhecem? Posso dizer que cada erro que é por mim...

Carta aberta aos que estão cansados de estarem aprisionados e, para aqueles que estão soltos pelo mundo, em busca da sobrevivência. Resiliência (s.f.) "É ir à guerra e voltar. É sentar com seus demônios,  numa mesa de bar e conversar. É apanhar de todo lado e levantar. É ter espírito boxeador, dar ganchos  de direita nas dificuldades e  nocautear a própria dor." (João Doederlein) Olá, meu caro leitor! Gostaria de te oferecer uma xícara de café ou até mesmo de chá, mas ando um pouco cansada e até mesmo perdida.   Às vezes sinto, que aqui dentro de mim, está tudo bagunçado, desajustado e quem sabe, até mesmo quebrado. Parece, que passei anos fora de casa e quando voltei às coisas ainda eram às mesmas, mas eu havia mudado.  No meio dessa pandemia, tive a oportunidade de passar um tempo comigo, de me reencontrar, de me conhecer novamente e, até mesmo, de reconhecer as pessoas que eu amo.  A pandemia me proporcionou novas experiências como Yoga e meditação, para...

Vez ou outra levanta-se uma questão nos grupos virtuais que tem como temática o Movimento Escoteiro, que se refere sobre a “voz” do jovem nos grupos. Não raro são os que se posicionam sobre não sentirem que nos grupos onde praticam o escotismo o integrante juvenil tem sua fala ou reivindicações respeitadas, ou se quer ouvidas pelas escotistas. Um grupo de escoteiros é um espaço extremamente diverso, ali se encontram gerações, algumas saudosistas, outras melancólicas, outras ainda esperançosas, algumas em busca do novo, e tem as que buscam o velho, os que desejam aprender, ensinar, trocar, se ver, se abraçar, crianças, adolescentes, jovens, adultos, velhos e não velhos. Tantos encontros, por óbvio, trazem o conflito que, em sua essência não precisa ser ruim, mas uma oportunidade para se ver e se rever. Toda essa diversidade quer e precisa de voz. Mas para haver voz com qualidade há de se considerar uma necessidade salutar, a de escutar. Sobre esse tema Rubem Alves nos presenteia com...

“Às vezes eu acredito em seis coisas impossíveis antes de tomar café.”  Alice no país das maravilhas Alice no País das Maravilhas - Walt Disney Pictures Destinado aos que acreditam no impossível. Para aqueles que tentaram algo novo, mesmo sem saber se daria certo. Destinado aos que precisam de apenas um sopro de coragem para vencerem aquilo que acreditam ser improvável. Para todos vocês, com muito amor: o impossível! Durante esses meses confinada, aquilo que eu mais senti saudade foi do Movimento Escoteiro. Sinceramente, eu não esperava passar tanto tempo longe das atividades e das pessoas que eu gosto, mas simplesmente aconteceu. E, enquanto olhava algumas fotos para matar a saudade, me peguei pensando em uma das minhas primeiras atividades, onde tínhamos que fazer um pequeno rapel na sede. O problema disso tudo? Eu morro de medo de altura. Porém, isso não foi uma desculpa boa o suficiente, para fazer com o que meu chefe, me deixasse fora dessa atividade. Ele junto com ...

Carpe Diem. Latim. Também é o nome de um clã pioneiro que conheço. Mas o que significa? Carpe diem  é parte da frase latina “carpe diem quam minimum credula postero” (literalmente: 'aproveita o dia e confia o mínimo possível no amanhã'), extraída de uma das Odes, de Horácio (65 a.C. - 8 a.C.), e tem numerosas traduções possíveis: "colhe o dia" (tradução literal), "desfruta o presente", "vive este dia", "aproveita o dia" ou "aproveita o momento". Esta é uma definição obtida na Wikipedia. Se colocarmos no Google, encontraremos mais de sessenta milhões de menções. Então, como estas palavras tem a ver conosco ? Neste momento, em que todo mundo já está pra lá de cansado de ouvir falar a respeito, temos que, ficar em casa, não ter contato com ninguém, acreditar em muita coisa, desacreditar de muita coisa, segurar nossos desejos, resistir a nossas vontades, e ainda tentar enxergar um futuro à frente. Temos muitas opções para "...

      No dia 04 de Julho de 2020, o Clã Galahad, representado pelas pioneiras Gabriela Calabretti, Vitória do Nascimento e Larissa Nunes, sob a supervisão da Mestre Luciana Doria; participaram da 1° Pré-Vigília Virtual, devido a pandemia do COVID-19, onde o objetivo do tema central era proporcionar aos jovens uma reflexão sobre  "Meu Lugar no Mundo" . Os jovens que estão dentro do ramo pioneiro, vivenciam atividades voltadas para o seu “Eu” como cidadão-escoteiro no mundo. No ramo pioneiro, diferentemente dos outros ramos do movimento escoteiro, o jovem assume o protagonismo para colocar em prática tudo que aprendeu e se tornar um verdadeiro "cidadão-escoteiro", focando em projetos e planejamentos para o seu futuro. Na vigília tivemos 5 atividades, onde eram abordados questionamentos sobre nós mesmo. Quem somos, quais são nossas metas, como podemos contribuir com o movimento escoteiro e O QUE É SER PIONEIRO. Atividades que nos proporcionaram ter interações, mesmo d...

                                                                                                                Contrariando o imaginário comum, os artigos da Lei Escoteira apresentam o que devemos fazer, expressando um modelo de conduta que deve ser praticado. Dos seus dez artigos, nove apresentam o verbo SER na segunda pessoa do singular: “ o escoteiro É” , ou seja, você, que é escoteiro, É . Isso parece algo simples, mas é exatamente aí que reside toda profundidade dessa lei. Aprendemos, nas nossas relações pessoais, o princípio da reciprocidade. Nossas reações são construídas a partir do outro, dos sentimentos, bons ou ruins, que nutrimos por alguém. Interpretando esses sentimentos aliado as atitudes do...

      O fundador do movimento Escoteiro, Lord Robert Stephenson Smyth Baden-Powell  (1857 - 1941), recebeu nas últimas semanas, acusações de apoio ao Nazismo. Em algumas mídias a afirmação era de que ele seria simpatizante ou mesmo um Nazista. A sustentação para essa fala foi o suposto elogio feito por ele ao modelo de educação Nazista .  Em meio a defesa cega e acusações rasas, o episódio traz um ensinamento muito importante: é necessário conhecer de maneira mais profunda algo antes de emitir opiniões. E, nem mesmo nosso fundador, ficou livre disso. No ocidente dos anos 30 muitos foram os que flertaram com o Nazismo alemão, fascinados pela recuperação econômica, pelo modelo de Estado forte e interventor, pelo militarismo, pelos ideais patrióticos, por verem no Nazismo uma barreira ao Comunismo Russo, entre outros motivos. A realidade é que, naquele tempo, como hoje, muitos flertam com o Nazismo. Propostas como intervenção militar, educação disciplinar, mer...